sábado, 25 de abril de 2009

PSICOSOCIOLOGIA PARA EDUCADORES

UPAP- UNIVERSIDADE POLITÉCNICA E ARTÍSTICA DO PARAGUAI
REITORIA E ESTUDOS DE PÓS-GRADUAÇÃO
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO "STRICTO SENSU"
MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
CAMPUS - CIUDAD DEL ESTE














DISCIPLINA: PSICOSOCIOLOGIA PARA EDUCADORES

PROFESSORA: Dra. NORMA BAS

Mestrando: ELÓI INÁCIO KUHN










CIUDAD DEL ESTE – PY – 2008.






PERCEPÇÃO SOCIAL

A COMPREENÇÃO DO SER HUMANO

O senso comum usa um ditado popular que diz: “A primeira impressão é a que fica”. Mas será que a primeira impressão corresponde à realidade? Não será apenas uma idéia que fazemos do outro ou vice-versa?

O primeiro processo desencadeado é o da percepção social. Percebemo-nos um ao outro. E percebemos não só a presença do outro, mas, o conjunto de características que apresenta, o que nos possibilita "Ter uma impressão" superficial.

Impressão estas possíveis porque, nossos contatos com o mundo, nos permitem organizar estas informações em nossa cognição (organização do conhecimento a nível da consciência), e nos permite compreender ou categorizar o novo.

Assim, se estiver vestido de calça jeans, camiseta, e com cadernos e livros nas mãos, a sua aparência for jovem nos permitirá percebê-lo como um estudante. Enquanto, com o dobro de idade, um estilo semelhante de vestir, serão categorizados como professores.

A percepção é, pois, um processo que vai desde a recepção do estímulo pelos órgãos dos sentidos até a atribuição de significado ao estímulo. (http://www.geocities.com/ludivick/psisocial/link1.html)



A COMPREENSÃO DE NÓS MESMOS


A COMPREENSÃO DOS OUTROS



SORISO DISSIMULADO







SORISO VERDADEIRO

Questionamentos.
- Quais nossas compreensões e percepções das imagens apresentadas?
- Cada um de nós tem compreensões diferentes dos outros.
- Qual é a compreensão que os outros têm de nós?

Compreender o outro e a nós mesmos é um exercício psicológico cotidiano. Constantemente nos indagamos, quem somos ou quem é?
A percepção social é um dos aspectos mais básicos e importantes da vida em sociedade e os esforços para compreender as pessoas fazem parte da nossa vida e tomam formas muito distintas.

Na convivência social, a primeira coisa que temos que fazer é compreender os sentimentos, as emoções e estado de ânimo dos outros. A segunda é tentar entender as causas do comportamento dos outros.

A percepção que temos dos outros e a percepção que os outros têm de nós, é um conhecimento racional. Baseado na idéia que fazemos dos outros ou vice versa.

Contrariamente ao conhecimento que passa pela experiência, o conhecimento que vem das idéias é um conhecimento que não nos dá uma certeza.

Devemos encontrar o por quê as pessoas atuam de tal forma como se apresentam a nós. Isso geralmente inclui:
- Compreender suas motivações, suas intenções e suas peculiaridades ou tendências.

Neste trabalho visualizaremos um exame em detalhes sobre: a comunicação verbal e a atribuição porque ambos são importantes aspectos da percepção social, embora não sejam seus únicos componentes.

Comunicação não-verbal: a linguagem não falada.

Nossa forma de pensar e falar é freqüentemente afetada por causas temporais. Exemplos: estado de ânimo, emoções diversas, cansaço, enfrentamentos... Tudo isso pode influir no nosso modo de pensar e de agir.

Cada indivíduo difere notavelmente em sua expressão emocional em menor ou maior grau em sua manifestação externa de emoções. Essas diferenças estão diretamente relacionadas com o comportamento social e o equilíbrio psicológico pessoal.

Através dos indicadores não verbais podemos perceber quando os outros tentam nos enganar.

Canais básicos de comunicação não verbal:
1º Expressão facial
2º Contato visual
3º Movimentos corporais
4º Posturas
5º Contato.


Num primeiro momento temos as seguintes emoções básicas que aparecem nas feições humanas ao relacionar-se com os outros: a cólera, a raiva, o medo, a alegria, a tristeza, a surpresa e o nojo.


Num segundo momento precisamos estabelecer uma relação de contato visual olho no olho. Os olhos são as janelas da alma.



Terceiro momento: O corpo fala através de gestos, posturas e movimentos.


Num quarto momento temos a postura corpórea, os movimentos de membros.- Postura ameaçadora- Postura de acolhimento- Postura humilde...

Num quinto momento temos o contato físico, o toque.Tipos de toques: carinho, interesse sexual, dominação, agressão.
Reação: depende ação de cada indivíduo.
Como distinguir quando uma pessoa está mentindo? Temos aqui dois tipos de mentiras. A mentira altruísta e a mentira enganosa.
*No primeiro caso, a mentira ocorre quando omitimos dizer a verdade para não magoar ou causar danos à pessoa.
*No segundo caso, a mentira ocorre quando se tem o propósito de causar um dano à pessoa.

àA pessoa mentirosa que consegue convencer pela fala pode apresentar linguagens corporais que expressam que ela esta mentindo.

ATRIBUIÇÃO ou PERFIL: É a compreensão das causas de conduta dos outros.Atribuição ou perfil são as qualidades de um indivíduo. Através da observação é possível detectar os perfis (atribuições) de determinados tipos de pessoas.

à Nesta teoria: compreenderemos como tentamos dar sentido ao entorno social.
A Atribuição é considerada uma questão complexa. Os estudiosos se concentraram em duas questões básicas.

Dos atos às tendências:
A conduta dos outros como indicativo de suas tendências estáveis. A primeira destas teorias é a teoria da inferência correspondente (Jones e Davis 1965) esses autores questionam como utilizamos informações sobre o comportamento dos outros.

Esta teoria trata de como decidimos, baseando-nos em ações e observações dos demais, que estes possam ter tendências ou disposições específicas que extrapolam de uma situação a outra. As atribuições são influenciadas pela diminuição (ausência) de uma atitude racional aumentando a predisposição para uma determinada conduta.

Desestabilidade social:
Jones y Davis sugere que prestemos uma maior atenção as ações dos que comportam uma baixa desestabilidade social à que aquelas que são elevadas em esta dimensão.

*Aprendemos mais com as tendências anormais (erros) do que as normais (acertos)

Recursos na atenção e perfis de ações: O que aprendemos (e o que não aprendemos) com as condutas disfarçadas ou encobertas.

Esta teoria tem sido aplicada em grande número de problemas práticos, por exemplo: tem se mostrado muito útil para encontrar tratamento efetivo para a depressão e tem aclarado de modo importante porque as vítimas de violência ou abusos são consideradas culpadas.

1º caracterização de uma conduta individual (dizemos que isto é tudo).
2º caracterização da conduta (utilizamos para inferir traços específicos).
3º corrigimos nossa inferência à luz da informação sobre a situação na qual esta teve seu lugar.

Normalidade e anormalidade:
Isso não é normal?

Os defeitos, a anormalidades são rechaçadas. O defeito está no outro. Como no caso da música A bailarina. Procurando bem todo mundo tem, só a bailarina que não tem.




Ciranda da bailarina – Chico Buarque.
Procurando bemTodo mundo tem perebaMarca de bexiga ou vacinaE tem piriri, tem lombriga, tem amebaSó a bailarina que não temE não tem coceiraBerruga nem frieiraNem falta de maneiraEla não temFutucando bemTodo mundo tem piolhoOu tem cheiro de creolinaTodo mundo tem um irmão meio zarolhoSó a bailarina que não temNem unha encardidaNem dente com comidaNem casca de feridaEla não temNão livra ninguémTodo mundo tem remelaQuando acorda às seis da matinaTeve escarlatinaOu tem febre amarelaSó a bailarina que não temMedo de subir, genteMedo de cair, genteMedo de vertigemQuem não temConfessando bemTodo mundo faz pecadoLogo assim que a missa terminaTodo mundo tem um primeiro namoradoSó a bailarina que não temSujo atrás da orelhaBigode de groselhaCalcinha um pouco velhaEla não temO padre tambémPode até ficar vermelho Se o vento levanta a batinaReparando bem, todo mundo tem pentelhoSó a bailarina que não temSala sem mobíliaGoteira na vasilhaProblema na famíliaQuem não temProcurando bemTodo mundo tem...




















Isso é normal....!!!!




Tipos de condutas:
Conduta clara: - categorização
- caracterização
- correção


Conduta encoberta: - categorização
- caracterização
- Não tem correção





A percepção social se apresenta como uma espécie de pré-condição do processo de interação social, exatamente porque ela permite uma análise recíproca e inicial dos sujeitos. A percepção social começa no instante que a estimulação sensorial chega ao “percebedor” e tem seu fim em uma tomada de consciência. Os meandros desse caminho apresentam uma série de variáveis e interferências cognitivas que vão influenciar a finalização do processo.

Alguns fatores interferem no processo perceptivo como:

A) Seletividade perceptiva: Diz respeito ao fato de que apesar das pessoas serem bombardeadas por uma grande quantidade de estímulos, apenas umas partes é captada.
B) Experiência previa: A familiaridade em relação a um estímulo faz com que a pessoa tenha maior disposição para responder a ele. Enfim, nossas vivencias passadas nos predispõem a mais facilmente percebermos os estímulos conhecidos em detrimento os desconhecidos.
C) Condicionamento: A sombra do behaviorismo também tem seu espaço na psicologia social. Quando reforçarmos certos tipos de percepções colocando outros possíveis em segundo plano, a tendência é de viciarmos os sujeitos em apenas uma percepção possível.
D) Fatores contemporâneos ao fenômeno perceptivo: O estado do “percebedor” frente ao percebido no dado momento da percepção também pode deixar marcas na mesma. Assim o cansaço, estresse, sede, ira, ciúmes etc... Podem alterar a percepção do sujeito em uma direção totalmente nova.
Segundo estudos de Bruner e Goodman sobre a percepção social, um grupo de crianças foram submetidas a seguinte atividade: elas tinham que replicar o tamanho de moedas reais em um projeto de luz. Verificou-se que quanto maior o valor da moeda maior era a distorção para mais da moeda no projetor. Isso significa que a distorção do tamanho da moeda tinha relação com o valor subjetivo da mesma.

Estímulo distante: Chama-se de estimulo distante (ED) a percepção real e objetiva da ação. Para tal ação chegar à consciência, é preciso condições mediadoras (M) como condições do ambiente, luz, expressões faciais e verbais (comportamento) que facultam a transformação do ED em estimulo próximo (EP)>, tal qual EP= f (ED x M).Aqui começa a fase psicológica da percepção, onde o EP vai sofrer a ação dos processos etiológicos (PRP) como estereótipos, preconceitos, interesses, necessidades, tendenciosidades cognitivas etc. até a formulação do percepto (PT) que é a conscientização da ação.
Fica claro então que os processos psicológicos têm papel preponderante no juízo que as pessoas fazem sobre suas percepções. Por isso é prolífico o campo de estudo acerca da acuidade no julgamento de outrem, pois isso está preso ao fato de nossas cognições influenciam e muito a formação do percepto.
Seguindo esta linha, vemos a importância que os estereótipos tem na formação de impressão de pessoas. È mister esclarecer que os estereótipos podem ser negativos ou positivos, pois se constituem na atribuição de certas características a pessoas de certos grupos, aos quais se atribuem determinadas nuances. O estereotipo provoca alterações na formação do percepto, pois, ele funciona como um processo psicológico (PrP) filtrando o EP e o alocando muitas vezes a mercê de suas expectativas.
Outro fator que aparece para modificar o processo perceptivo é o propalado preconceito. Este se traduz como, segundo Aroldo Rodrigues, uma atitude negativa e aprendida frente a determinado grupo, que sem sombra de duvida pode alterar a percepção sobre determinada ação social.
A atribuição diferencial de causalidade, a qual será colocada na ribalta agora, apresenta-se como mais um destaque nos processos capazes de influir na formação do percepto. Por atribuição diferencial de causalidade é entendido o reconhecimento de intencionalidade na realização de um ato, isto é, se a execução do ato se deve a fatores independentes ou dependentes da vontade da pessoa de origem do ato.
No substrato desse constructo estão alguns conceitos que são peremptorios para a compreensão do mesmo como:
Propriedades disposicionais : São propriedades que dispõem objetos e acontecimentos a se manifestarem de certas formas em dadas circunstâncias , de tal sorte que nos permitem formar uma concepção de mundo ordenada dos estímulos aos quais compactuamos no ambiente.
Forças pessoais e ambienciais: São variáveis independentes e aditivas que prescrevem o resultado de uma ação x, de forma que x é igual à função de forças pessoais e ambienciais sendo que a primeira é dividida em poder e intenção, logo :
X = (poder x intenção + ambiente)
Causalidade pessoal e interpessoal: Quando é perpetrada uma ação x , a origem ou a responsabilidade da ação pode ser atribuída à pessoa d quem ela emana ou pode-se interpretar que ela foi impelida a realizá-la. NO primeiro caso, trata-se de causalidade pessoal e no outro de impessoal.
A causalidade pessoal tem por características a causalidade local, que se refere à percepção por o que p fez a ação, foi à origem local da mesma com intencionalidade e a equifinalidade, isto é, realizou a ação porque tinha em mente determinado fim. Na causalidade impessoal o fim é consignado pelo ambiente e não pelo executor da ação. È cristalina que se a responsabilidade do ambiente aumenta a pessoal cai e vice-versa
Há, segundo Heider, três níveis de causalidade possíveis em função da formulação teórica já exposta. O primeiro nível é quando um observador O não consegue ligar uma ação x a um executor p, sendo a sorte ou destino alçada a condição responsável. O segundo nível ocorre quando O liga x a p mas, ainda não definiu a intencionalidade ou não do mesmo e finalmente, ao último nível se dá quando a causalidade pessoal é atribuída a p.

Aplicações Práticas dos Conhecimentos sobre o Fenômeno de Percepção Social

a) Psicologia da propaganda
A mensagem transmitida pela propaganda deve ser apresentada de forma tão clara que torna difícil sua distorção pelos processos psicológicos. Quanto mais específico for o estímulo distante, aliado a boas condições mediadoras, maior será a probabilidade de o destinatário perceber o estímulo distante tal como ele é na realidade.


b) Psicologia do boato
A importância do assunto e a ambigüidade do mesmo são as condições essenciais para a propagação do boato. No boato e na transmissão de qualquer informação ambígua, as pessoas que fazem parte da cadeia de transmissão da informação alteram o conteúdo da mensagem devido à ação dos processos psicológicos.

c) Psicologia das discussões
As pessoas não gostam de serem contraditas em suas idéias, opiniões, sentimentos e julgamentos, e quando duas posições entram em choque, sobre elas se estabelece uma discussão, que é sempre conduzida num clima de alta emotividade. Inúmeras são as distorções perceptivas acarretadas pela emocionalidade e demais processos psicológicos destorcidos dos estímulos que nos atingem durante uma discussão. Comunicação com as emoções e sentimentos irracionais controlados é recomendada para que as discussões possam conduzir a algo construtivo e não a conflitos.

d) Psicologia do remorso e do sentimento de realização
Sentimos remorso quando deixamos de fazer algo que podíamos e devíamos fazer ou quando cometemos algum ato que não devíamos cometer. Se estiver além de nossas forças não fazer o que devemos ou fazer o que não devemos, não há remorso. Quando realizamos algo meritório por razões outras que não são a nossa intenção e habilidade de fazê-lo, não há sentimento de realização. É a maneira pela qual percebemos nossos atos que determina o sentimento de remorso e o sentimento de realização.

e) Psicologia das relações internacionais
Geralmente, os dirigentes de um país vêem suas ações como sendo as melhores, conducentes à paz mundial, à justiça e à prosperidade; as ações do adversário são sempre as piores, dominadoras e exploradoras. O grau do temor expresso por uma nação em relação à outra depende da percepção da capacidade do adversário e de sua intenção de causar dano.



f) Rotulação das pessoas e suas conseqüências
Uma vez rotulada, é difícil para a pessoa alvo da rotulação mudar sua imagem. A tendência à rotulação decorre da necessidade que temos de simplificar nossas relações interpessoais, fazendo com que certos comportamentos sejam antecipados, nós tendemos a perceber a pessoa à luz do rótulo que lhe foi imputado. Embora comum tal tendência à rotulação é perigosa e leva a injustiças e erros de julgamento
Nossas percepções são distorcidas pela rotulação, pois nos predispõe a antecipar comportamentos compatíveis com o rótulo. Isso acarreta duas conseqüências: a) comportamentos que não se harmonizam com o rótulo imposto tendem a passar desapercebidos ou são deturpados para adequar-se ao rótulo; b) as expectativas ditadas pelo rótulo fazem com que sejam salientados os comportamentos com eles compatíveis e o nosso próprio comportamento frente à pessoa rotulada pode a induzir a comportamentos coerentes com os que antecipamos.

g) Atribuição de causalidade e suas aplicações a outros setores da psicologia
As causas de sucesso ou de fracasso podem ser atribuídas a fatores internos (habilidade, esforço) ou a fatores externos (dificuldade da tarefa, sorte, azar). Tais fatores internos e externos podem ser estáveis (habilidade, dificuldade da tarefa) ou instáveis (esforço, sorte). Além destas duas dimensões (internalidade/externalidade e estabilidade/instabilidade), há também a controlabilidade, pois determinados aspectos estão fora do controle das pessoas.
Os atores tendem a fazer atribuições situacionais (externas) enquanto os observadores tendem a fazer atribuições disposicionais (internas). O terapeuta, utilizando os conhecimentos de psicologia social acerca do fenômeno de atribuição de causalidade, deve ajudar seu cliente a atribuir seu comportamento às suas verdadeiras causas. (http://www.geocities.com/vinivasc/psicologia/percepsoci.htm - pesquisado em 02/12/2008.

OBS; TRABALHO APRESENTADO PELO PRIMEIRO GRUPO,
AGORA INDIVIDUALIZADO

BIBLIOGRAFIA

http://www.geocities.com/vinivasc/psicologia/percepsoci.htm - pesquisado em 02/12/2008
(http://www.geocities.com/ludivick/psisocial/link1.html)

Apostila fornecia pela UPAP – Universidad Politécnica Y Artística Del Paraguay. (Dra. Norma Blas.

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