sábado, 14 de agosto de 2010

TRATAMENTO DE ÁGUA

TRATAMENTO DA ÁGUA

Nem sempre a água própria para o consumo humano e para o abastecimento de uma população está em boas condições. A água pode estar contaminada ou poluída.
Contaminação = existência de seres vivos, como microorganismos e vermes provocando doenças. Exemplo: esquistossomos (verme que provoca a esquistossomose).
Poluição = existência de substâncias tóxicas em excesso. Exemplo: mercúrio e óleo.
O mercúrio (Hg) é um metal muito denso e venenoso que os garimpeiros usam nas margens dos rios para separar o ouro de outras partículas que vêm junto ou grudadas nele.
O óleo que é descartado pelos navios no mar impedem que as plantas realizem a fotossíntese.

Como a água chega nas casas?
A água é transportada dos mananciais ou represas até as estações de tratamento através de tubos muito grandes chamadas adutoras. Nas estações de tratamento, a água é purificada. Depois disso, ela é conduzida para outras tubulações que ligam às caixas d água e reservatórios que abastecem a cidade.
Todas as cidades precisam ter uma estação de tratamento porque os mananciais vêm com água imprópria para o consumo, muitas vezes contaminada ou poluída.
Estações de tratamento de água
Como a água dos mananciais pode estar com muitas impurezas, ela deve passar por uma estação de tratamento. Se esta água não for bem tratada pode provocar sérios problemas na saúde da população.
Alguns dos procedimentos gerais para o tratamento da água são: floculação, decantação, filtração e cloração.
A água chaga imprópria para o consumo na estação de tratamento. Primeiro ela passa por tanques que contém uma solução de cal (óxido de cálcio CaO) e sulfato de sódio (Al2 (SO4 )3 ). Essas substâncias reagem formando outra substância que é o hidróxido de alumínio (Al (OH)3 ).
O hidróxido de alumínio se deposita arrastando as impurezas sólidas em suspensão na água. Este procedimento é a floculação, nome dado devido à formação de flóculo.
Na etapa seguinte, a água vai para um tanque de decantação, onde as partículas que se formaram na floculação estão mais densas que a água e, portanto decantam neste tanque. Então, neste momento, a água já está um pouco mais limpa.
O próximo processo é a filtração, onde a água passa por um filtro com várias camadas de cascalho e areia e carvão ativado. Ao passar por estas camadas, ela vai deixando suas impurezas.
Depois de todos estes processos, a água ainda não está purificada. Ainda há microorganismos nela. Então ela deve passar por um depósito que contém cloro. O cloro (Cl) é uma substância que é capaz de matar os microorganismos presentes na água. Chamamos este processo de cloração.
Agora a água está própria para o consumo. Já está purificada. Ela fica em depósitos até ser distribuída para a cidade.






Purificações

Há certos locais que não existem tratamento de água. Outros apesar de receber a água tratada preferem também purificá-la ainda mais.
Existem alguns métodos para a purificação da água, como por exemplo a purificação caseira (filtração, fervura, ozonização) e a purificação industrial (destilação).
Purificação Caseira
Quando não há rede de tratamento de água em certas localidades é comum haver poços artesianos. Mas para cavar o poço, é necessário escolher um local longe de depósitos de lixo, rede de esgoto, fossas e criação de animais. O interior do poço deve ser revestido de uma parede semipermeável (tijolo) com sua base numa altura de 40cm do chão.
Essa água, que vem de lençóis subterrâneos, em geral, é limpa ou não contém contaminação ou poluição. Nela, pode haver sais minerais e alguns gases. Por isso, é importante a purificação caseira da água de poço.
A filtração é um dos melhores e mais simples métodos de purificação usado nas casas. A água é colocada no filtro, que geralmente é feito com um material que contém uma porcelana porosa (o barro, por exemplo), conhecida como vela de filtro. Quando a água passa por essa vela, as impurezas ficam retidas ali. Mas há uma desvantagem na filtração. Este processo não retém os microorganismos e nem substâncias químicas que possam haver na água.

A fervura é um método simples e eficaz e deve durar de 15 a 20 minutos para matar todos os microorganismos que existem na água. Podemos ferver a água e consumi-la ou ferver e em seguida, colocar num filtro. Deve-se deixar a água voltar à temperatura ambiente e tampar a panela para não haver nova contaminação. Podemos agitar, com uma colher bem limpa, a água fervida para que os gases eliminados durante a fervura volte a se misturar com ela.

A ozonização é um método onde é adicionado o gás ozônio (O3) na água, matando os microorganismos. Para isso, é necessário um aparelho chamado ozonizados. A água que sai da torneira passa diretamente por uma certa quantidade de ozônio, que é produzido quando o aparelho é ligado à eletricidade. Depois deste processo, a água deve ficar em repouso para que o ozônio evapore.

Purificação Industrial

Para a fabricação de certos produtos, como por exemplo remédios e cosméticos, a indústria utiliza uma água muito pura. Essa água pode ser obtida através da destilação, a água destilada.
Água destilada = é a água obtida através da destilação. É totalmente pura e livre de sais minerais.

Destilação = método de separação de mistura homogênea onde obtém-se a água destilada.

Destilador = aparelho utilizado para a destilação.
O destilador transforma a água líquida em vapor, e em seguida, essa água se transforma em líquido novamente, porém, sem as impurezas.
Primeiro, a água líquida é aquecida num balão volumétrico até ferver. Ao ferver, ela atinge o ponto de ebulição (100ºC) transformando-se em vapor. Esse vapor vai para o condensador. O condensador é um aparelho que resfria o vapor d água transformando o em líquido. Dentro do condensador há água fria, que faz com que ocorra a transformação do estado físico da água de vapor para líquido, ou seja, a condensação. Então, gotas de água caem do condensador para outro recipiente, a água destilada.



DOENÇAS

A água dos rios, lagos e mares pode ser contaminada por vários microorganismos (vermes, bactérias, protozoários), ovos e larvas de animais que causam doenças e pode estar poluída por substâncias tóxicas (cádmio e mercúrio, por exemplo). Geralmente, isto é causado pelos esgotos das cidades.
A transmissão de doenças pode ser feita através da ingestão de água contaminada ou poluída e também na utilização dessa água. Se lavarmos as frutas e os legumes com água inadequada, também corremos risco de contaminação.
Devemos cuidar para que certos insetos não se reproduzam na água, causando doenças:
- não juntar água em pneus velhos, vãos, latas, garrafas;
- evitar a formação de poças de água nos quintais;
- manter a água das piscinas limpa e com cloro;
- colocar areia nos pratos dos vasos;
- vedar caixas d água

Doenças Causadas Através da Água
Algumas doenças estão relacionadas com a perda de água no organismo como a desidratação. Outras estão relacionadas com a contaminação da água como a cólera, disenteria, esquistossomose, malária, dengue e febre amarela.


Desidratação
É quando nosso organismo perde água e sais minerais em quantidades que prejudica as funções vitais do corpo humano. A reposição é feita através do soro. O soro caseiro pode ser feito em casa mesmo:
Soro caseiro:
- 1 colher de açúcar
- 1 pitada de sal de cozinha
- 1 copo de água fervida ou filtrada

Cólera

Originária da Ásia, mais precisamente da Índia e de Bangladesh, a cólera se espalhou para outros continentes a partir de 1817. Chegou ao Brasil no ano de 1885, invadindo os estados do Amazonas, Bahia, Pará e Rio de Janeiro. Em 1893 a doença chegou a São Paulo, alastrando-se tanto na capital quanto no interior do estado. No entanto, no final do século XIX, o governo brasileiro declarava a doença erradicava de todo o país. Cerca de um século depois, em abril de 1991, a cólera chegou novamente ao Brasil. Vindo o Peru, fez sua primeira vítima na cidade de Tabatinga, Amazonas.
A cólera é uma doença infecciosa que ataca o intestino dos seres humanos. A bactéria que a provoca foi descoberta por Robert Koch em 1884 e, posteriormente, recebeu o nome de Vibrio cholerae. Ao infectar o intestino humano, essa bactéria faz com que o organismo elimine uma grande quantidade de água e sais minerais, acarretando séria desidratação.

A bactéria da cólera pode ficar incubada de um a quatro dias. Quando a doença se manifesta, apresenta os seguintes sintomas: náuseas e vômitos; cólicas abdominais; diarréia abundante, esbranquiçada como água de arroz, determinando a perda de até um litro de água por hora; cãibras.

A cólera é transmitida principalmente pela água e por alimentos contaminados. É conhecida como a doença das “mãos sujas”. Quanto o vibrião é ingerido, instala-se no intestino do homem.
Esta bactéria libera uma substância tóxica, que altera o funcionamento normal das células intestinais. Surgem, então, a diarréia e o vômitos. Os casos de cólera podem ser fatais, se o diagnóstico não for rápido e o doente não receber tratamento correto. O tratamento deve ser feito com acompanhamento médico, usando-se antibióticos para combater a infecção e medicamentos para combater a diarréia e prevenir a desidratação.

A prevenção da cólera pode ser feita através de vacina e principalmente através de medidas de higiene e saneamento básico. A vacinação é de responsabilidade do governo. No caso da cólera, não há garantia de que todas as pessoas vacinadas fiquem imunes à doença. Estima-se que a vacina existente tenha um grau de eficácia inferior a 50%.

Cuidados necessários para evitar a cólera:
- ingerir somente água clorada, ou fervida e filtrada;
- proteger os alimentos, cobrindo inclusive os que já foram cozidos;
- evitar comer alimentos de preparados em lugares de higiene duvidosa;
- ferver sempre o leite;
- evitar comer frutas e verduras cruas em locais onde possa existir a cólera;
- peixes e frutos do mar devem ser bem cozidos

O vibrião colérico resiste mais em baixa temperatura. Observe a tabela a seguir:
Temperatura Tempo de Vida (em dias)
Água doce a 10ºC de 10 a 19
Água doce a 25ºC 7 dias
Água doce a 35ºC 4 dias
Água do mar a 10ºC até 26 dias
Água do mar a 25ºC 9 dias
Água do mar a 35ºC 3 dias
Esgoto a 10ºC 12 dias
Esgoto a 25ºC 12 dias
Esgoto a 35ºC 2 dias


Disenteria
É uma infecção no intestino grosso que provoca normalmente fortes dores abdominais, das mucosas, tenesmo e diarréia, sempre acompanhada de muco e sangue, depois do estágio inicial de diarréia aquosa.
É causada por bactérias e amebas.
Os microorganismos que causam disenteria são espalhados pelas mãos, alimentos e águas contaminados com fezes.
Os principais sintomas desta doeça são febre, tosse, cólicas intestinais e diminuição do apetite, podendo levar rapidamente à perda de peso e até mesmo desnutrição.

Para evitar esta doença, devemos ter algusn cuidados especiais com a água que bebemos e com os alimentos:
- lavar bem as frutas e verduras;
- comer alimentos feitos no mesmo dia ou que foram guardaos na geladeira de um dia para o outro;
- ingerir somente água clorada, ou fervida e filtrada
- tomar muito cuidado com alimentos enlatados que podem conter perigosas bactérias.
Para o tratamento da disenteria utiliza-se antibiótiocos e hidratação. O médico poderá indicar ainda, uma dieta especial

Esquistossomose
Também chamada Xistosa, ou doença do caramujo, ela é provocada por um verme chamado esquistossomo. Os vermes vivem nas veias do intestino e podem provocar diarréia, emagrecimento, dores na barriga, que aumenta muito de volume (barriga-d'água), e problemas em vários órgãos do corpo.
Os ovos do esquistossomo saem junto com as fezes da pessoa contaminada. Se não houver fossa ou rede de esgotos, eles podem chegar a água doce (lagos, lagoas ou riachos, margens de rios). Na água, os ovos dão origem a pequenas larvas (animais diferentes dos vermes adultos) chamados miracídios. As larvas penetram em um tipo de caramujo chamado planorbídeo. No interior do caramujo, elas se reproduzem e se transformam em outras larvas, as cercarias, que saem do caramujo e ficam nadando livres na água.
A cercária pode penetrar, através da pele, nas pessoas que usam a água de lagos, lagoas, riachos e outros locais para tomar banho, lavar roupa, trabalhar, pescar ou outras atividades.
Além de tratar o doente com medicamentos, é necessário instalar um sistema de esgotos para impedir que os ovos atinjam a água. As pessoas precisam também ter acesso a água de boa qualidade e ser informadas sobre as formas de transmissão da doença.
É preciso também combater o caramujo que transmite a esquistossomose com produtos químicos e com a criação de peixes que se alimentam do caramujo, como a tilápia, o tambaqui e o piau. Esses peixes podem ser consumidos pelas pessoas sem risco de contaminação.

Malária
Malária ou paludismo, entre outras designações, é uma doença infecciosa aguda ou crônica causada por protozoários parasitas do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada do mosquito Anopheles.
A malária mata 3 milhões de pessoas por ano, uma taxa só comparável à da SIDA/AIDS, e afeta mais de 500 milhões de pessoas todos os anos. No início dos anos 90 havia 100milhões de pessoas com esta doença no mundo todo. É a principal parasitose tropical e uma das mais freqüentes causas de morte em crianças nesses países: (mata um milhão de crianças com menos de 5 anos a cada ano). Segundo a OMS, a malária mata uma criança africana a cada 30 segundos, e muitas crianças que sobrevivem a casos severos sofrem danos cerebrais graves e têm dificuldades de aprendizagem.
A malária é transmitida pela picada das fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles. A transmissão geralmente ocorre em regiões rurais e semi-rurais, mas pode ocorrer em áreas urbanas, principalmente em periferias. Em cidades situadas em locais cuja altitude seja superior a 1500m, no entanto, o risco de aquisição de malária é pequeno. Os mosquitos têm maior atividade durante o período da noite, do crepúsculo ao amanhecer. Contaminam-se ao picar os portadores da doença, tornando-se o principal vetor de transmissão desta para outras pessoas. O risco maior de aquisição de malária é no interior das habitações, embora a transmissão também possa ocorrer ao ar livre.
O mosquito da malária só sobrevive em áreas que apresentem médias das temperaturas mínimas superiores a 15°C, e só atinge número suficiente de indivíduos para a transmissão da doença em regiões onde as temperaturas médias sejam cerca de 20-30°C, e umidade alta. Só os mosquitos fêmeas picam o homem e alimentam-se de sangue. Os machos vivem de seivas de plantas. As larvas se desenvolvem em águas paradas, e a prevalência máxima ocorre durante as estações com chuva abundante.

Dengue
A dengue é uma das maiores preocupações em relação a doenças infecciosas atualmente no Brasil. O Estado de São Paulo registrou a ocorrência de 78.614 casos autóctones (adquiridos no próprio Estado) de dengue, em 358 municípios, entre janeiro e outubro de 2007, com considerável expansão da doença para novas áreas. Durante todo o ano de 2006 foram registrados 50.021 casos em 254 municípios. Atualmente, temos 508 municípios infestados com o Aedes aegypti, excluindo-se apenas alguns municípios do Vale do Ribeira e do Paraíba e das Regiões Metropolitanas de São Paulo e de Campinas.

1.O que é dengue?
É uma virose transmitida por um tipo de mosquito (Aedes aegypti) que pica apenas durante o dia, ao contrário do mosquito comum (Culex), que pica de noite. A infecção pode ser causada por qualquer um dos quatro tipos (1, 2, 3 e 4) do vírus da dengue, que produzem as mesmas manifestações. Em geral, o início é súbito com febre alta, dor de cabeça e muita dor no corpo. É comum a sensação de intenso cansaço, a falta de apetite e, por vezes, náuseas e vômitos. Podem aparecer manchas vermelhas na pele, parecidas com as do sarampo ou da rubéola, e prurido (coceira) no corpo. Pode ocorrer, às vezes, algum tipo de sangramento (em geral no nariz ou nas gengivas). A dengue não é transmitida diretamente de uma pessoa para outra.

2. O que uma pessoa deve fazer se achar que está com dengue?

- Procurar um Serviço de Saúde logo no começo dos sintomas. Diversas doenças são muito parecidas com a dengue, e têm outro tipo de tratamento.
- Beber bastante líquido, evitando-se as bebidas com cafeína (café, chá preto). Não tomar remédios por conta própria, mesmo aqueles normalmente indicados para dor ou febre. Todos os medicamentos podem ter efeitos colaterais e alguns que podem até piorar a doença. A dengue não tem tratamento específico. Os medicamentos são empregados para atenuar as manifestações(dor,febre).
- Informar ao médico se estiver em uso de qualquer remédio. Alguns medicamentos utilizados no tratamento de outras doenças (Marevan®, Ticlid® etc.) podem aumentar o risco de sangramentos.
- Não tomar nenhum remédio para dor ou para febre que contenha ácido acetil-salicílico (AAS®, Aspirina®, Melhoral® etc.) - que pode aumentar o risco de sangramento.

Os antiinflamatórios (Voltaren®, Profenid ® etc) também não devem ser utilizados como antitérmicos pelo risco de efeitos colaterais, como hemorragia digestiva e reações alérgicas.
Os remédios que tem dipirona (Novalgina®, Dorflex®, Anador® etc.) devem ser evitados, pois podem diminuir a pressão ou, às vezes, causar manchas de pele parecidas com as da dengue.
O paracetamol (Dôrico®, Tylenol® etc), mais utilizado para tratar a dor e a febre na dengue, deve ser tomado rigorosamente nas doses e no intervalo prescritos pelo médico, uma vez que em doses muito altas pode causar lesão hepática.

3. Como é feito o diagnóstico de dengue?

O diagnóstico inicial de dengue é clínico (história + e exame físico da pessoa) feito essencialmente por exclusão de outras doenças. Feito o diagnóstico clínico de dengue, alguns exames (hematócrito, contagem de plaquetas) podem trazer informações úteis quando analisados por um médico, mas não comprovam o diagnóstico, uma vez que também podem estar alterados em várias outras infecções. A comprovação do diagnóstico, se for desejada por algum motivo, pode ser feita através de sorologia (exame que detecta a presença de anticorpos contra o vírus da dengue), que começa a ficar reativa ("positiva") a partir do quarto dia de doença.

4. É necessário esperar o resultado de exames para iniciar o tratamento?

Não. Uma vez que, excluídas clinicamente outras doenças, a dengue passa a ser o diagnóstico mais provável, os resultados de exames (que podem demorar muito) não podem retardar o início do tratamento. O tratamento da dengue é feito, na maioria das vezes, com uma solução para reidratação oral (disponível nas Unidades de Saúde), que deve ser iniciada o mais rápido possível.

5. A comprovação do diagnóstico de dengue é útil para o tratamento da pessoa doente?

Não. A comprovação sorológica do diagnóstico de dengue poderá ser útil para outras finalidades (vigilância epidemiológica, estatísticas) e é um direito do doente, mas o resultado do exame comumente estará disponível apenas após a pessoa ter melhorado, o que o torna inútil para a condução do tratamento. O exame sorológico também não permite dizer qual o tipo de vírus que causou a infecção (o que é irrelevante) e nem se a dengue é "hemorrágica".

6. O que é dengue "hemorrágica"?

Dengue "hemorrágica" é a dengue mais grave. Apesar do nome, que é impreciso, o principal perigo da dengue "hemorrágica" não são os sangramentos, mas sim a pressão arterial muito baixa (choque). É importante saber que outras doenças, como a meningite meningocócica, podem ser muito parecidas com a dengue, embora a pessoa fique grave muito mais rápido (logo no primeiro ou segundo dia de doença). A dengue pode se tornar mais grave apenas quando a febre começa a diminuir. O período mais perigoso está nos três primeiros dias depois que a febre começa a desaparecer. Pode aparecer qualquer uma dessas alterações:
- dor no fígado (nas costelas, do lado direito)
- tonteiras, desmaios
- pele fria e pegajosa, suor frio
- sangramentos
- fezes escuras, parecidas com borra de café
7. O que fazer se aparecer qualquer um desses sintomas?

Procurar imediatamente o Centro Municipal de Saúde ou o Hospital mais próximo.

8. A dengue "hemorrágica" só ocorre em quem tem dengue pela segunda vez?

Não. A forma grave da dengue também pode ocorrer em quem tem a doença pela primeira vez.

9. A dengue "hemorrágica" é obrigatória em que tem a doença pela segunda vez?

Não. O risco é maior do que na primeira infecção, mas a imensa maioria das pessoas que têm a doença pela segunda ou terceira vez não apresenta a forma grave da dengue.

10. Quantas vezes uma pessoa pode ter dengue?

Até quatro vezes, pois existem quatro tipos diferentes do vírus da dengue (1, 2, 3 e 4). No Rio de Janeiro, até agora, existem os tipos 1, 2 e 3. Cada vez que a pessoa tem dengue por um tipo, fica permanentemente protegido contra novas infecções por aquele tipo. É por isso que só se pode ter dengue quatro vezes.

11. Quem teve dengue fica com alguma complicação?

Não. A recuperação costuma ser total. É comum que ocorra durante alguns dias uma sensação de cansaço, que desaparece completamente com o tempo.

12. Todo mundo que é picado pelo Aedes aegypti fica doente?

Não. Primeiro é preciso que o Aëdes esteja contaminado com o vírus da dengue. Além disso, cerca de metade das pessoas que são picadas pelo mosquito que tem o vírus não apresenta qualquer sintoma.

13. O que fazer para diminuir o risco de pegar dengue?

O Aedes aegypti é um mosquito doméstico, que vive dentro ou nas proximidades das habitações. O único modo possível de evitar ou reduzir a duração de uma epidemia e impedir a introdução de um novo tipo do vírus da dengue é a eliminação dos transmissores. Isso é muito importante porque, além da dengue, o Aedes aegypti também pode transmitir a febre amarela.

O "fumacê" é útil para matar os mosquitos adultos, mas não acaba com os ovos. Por isso, deve ser empregado apenas em períodos de epidemias com o objetivo de interromper rapidamente a transmissão. O mais importante é procurar acabar com os criadouros dos mosquitos. Qualquer coleção de água limpa e parada, inclusive em plantas que acumulam água (bromélias), pode servir de criadouro para o Aedes aegypti.


Febre Amarela
A febre amarela é uma doença infecciosa causada por um flavivírus (o vírus da febre amarela), para a qual está disponível uma vacina altamente eficaz. A doença é transmitida por mosquitos e ocorre exclusivamente na América Central, na América do Sul e na África. No Brasil, a febre amarela é geralmente adquirida quando uma pessoa não vacinada entra em áreas de transmissão silvestre (regiões de cerrado, florestas). Uma pessoa não transmite febre amarela diretamente para outra. Para que isto ocorra, é necessário que o mosquito pique uma pessoa infectada e, após o vírus ter se multiplicado, pique um indivíduo que ainda não teve a doença e não tenha sido vacinado.
É conhecida também como “vômito negro”, pois o vômito da pessoa infectada é escuro devido à hemorragia (perda de sangue) interna.

A transmissão da febre amarela em área silvestre é feita por intermédio de mosquitos do gênero (principalmente) Haemagogus. O ciclo do vírus em áreas silvestres são mantidos através da infecção de macacos e da transmissão transovariana (passado de mosquito para os seus descendentes, filhos) no próprio mosquito. A infecção humana ocorre quando uma pessoa não imunizada entra em áreas de cerrado ou de florestas. Uma vez infectada, a pessoa pode, ao retornar, servir como fonte de infecção para o Aëdes aegypti, que então pode iniciar a transmissãoda febre amarela em área urbana. Uma pessoa pode ser fonte de infecção para o mosquito desde imediatamente antes de surgirem os sintomas até o quinto dia da infecção. O Aëdes aegypti torna-se capaz de transmitir o vírus da febre amarela 9 a 12 dias após ter picado uma pessoa infectada. No Brasil, a transmissão da febre amarela em áreas urbanas não ocorre desde 1942. Em áreas de fronteiras de desenvolvimento agrícola, pode haver uma adaptação do transmissor silvestre ao novo habitat e ocorre a conseqüente possibilidade de transmissão da febre amarela em áreas rurais ("intermediária").

Um comentário:

  1. Hidróxido de cálcio na água+boa filtragem resolve problemas do fluoreto de sódio na àgua?porque?

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